Sanidade

Agricultura intensifica ações de vigilância contra a influenza aviária

Com dois casos detectados no litoral do Espírito Santo e a proximidade com o Estado houve incremento das atividades realizadas desde outubro de 2022

Foto: Divulgação - Equipes volantes observam aves na Lagoa do Peixe


Esta semana, o Brasil registrou os dois primeiros casos de influenza aviária em aves silvestres, no litoral do Espírito Santo. O Rio Grande do Sul continua sem casos confirmados da doença. Mas o Estado tem muito a perder com o ingresso da doença em seu território. Maior exportador de carne de peru do Brasil, terceiro maior exportador de ovos e terceiro maior produtor de frango de corte, a avicultura, tanto comercial como de subsistência, está presente em 239 mil estabelecimentos agropecuários do Estado, representando mais de 50% do total de 400 mil estabelecimentos registrados no Sistema de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Ananda Kowalski, a ocorrência em aves silvestres não altera a condição sanitária do Brasil em relação à influenza. “Só haverá alteração nesse status se a influenza ingressar na avicultura industrial”, ressalta. Ela destaca ainda que não há como evitar que o vírus entre, por conta da transmissão ser por aves migratórias, mas garantiu que o Estado está vigilante para a detecção precoce.

De acordo com o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, a avicultura se ramifica em muitas outras atividades da economia gaúcha. “O setor está fazendo a lição de casa, a Asgav tem feito ações de comunicação, orientação e educação sanitária, mobilizando outras entidades do agro. Temos mais segurança para continuar produzindo por causa da eficácia do nosso Serviço Veterinário Oficial, que está permanentemente atuando”, ressalta o dirigente.

“Com os casos detectados no Espírito Santo, se faz ainda mais necessária a robustez dos mecanismos de biosseguridade que a iniciativa privada, as entidades e as empresas vêm adotando e também o incremento no trabalho de vigilância que a Secretaria da Agricultura vem desenvolvendo já há uns bons meses”, disse o secretário Giovani Feltes.

A ação da Seapi durante o caso de aujezsky detectado em São Gabriel, no final de 2022, é exemplo da atuação da Secretaria da Agricultura na vigilância da influenza aviária. “É uma boa demonstração de como a Secretaria atua de forma diligente e como seus quadros técnicos estão extremamente preparados e vigilantes”, ressaltou.

Ações de vigilância
A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), Rosane Collares, apresentou as ações de vigilância ativa e passiva conduzidas pela Seapi desde outubro de 2022, quando os primeiros casos de influenza aviária de alta patogenicidade foram detectados na América do Sul. “As atividades que estamos informando são rotineiras no Serviço Veterinário Oficial e houve intensificação com a proximidade da influenza aviária do nosso Estado”, frisou. Além da vigilância passiva e ativa, a Secretaria se articulou com diversas entidades, como setor produtivo, órgãos do meio ambiente, Marinha e Ibama, para disseminar ações de educação sanitária e comunicação de risco.

Na vigilância passiva, que investiga notificações de suspeitas, a Secretaria realizou 73 atendimentos em 2023, que resultaram em 15 suspeitas fundamentadas - quando há recolhimento de amostras para testagem no laboratório de referência para influenza aviária, em Campinas. Todos tiveram resultados negativos. Em ações de vigilância ativa, na avicultura industrial do Estado, a Secretaria visitou 347 estabelecimentos avícolas, coletando 5.324 amostras. Também não houve detecção do vírus de influenza aviária, nem da doença de Newcastle.

Como o maior risco de ingresso da influenza aviária no Estado é por meio de aves migratórias, a vigilância ativa da Seapi destacou equipes volantes para observação em pontos de pouso dessas aves, como a Reserva do Taim e a Lagoa do Peixe, e na fronteira com a Argentina e Uruguai. Até o momento, a Secretaria contabiliza 2.167 ações de vigilância ativa, com 1,72 milhão de aves observadas, cinco suspeitas fundamentadas e nenhum caso confirmado. Foram realizadas 1.548 ações de educação sanitária, com 793 mil pessoas alcançadas.

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